Ivan do Espírito Cardoso Filho (Rio de Janeiro RJ 1952), cineasta e fotógrafo, cursa o segundo grau no Colégio São Fernando, na zona sul carioca, onde edita um jornal escolar e leva artistas como Helio Oiticica e Carlos Vergara. Influenciado pelo Bandido da Luz Vermelha decide fazer cinema. Começa como assistente do diretor Rogério Sganzerla em Sem Essa Aranha. Mais tarde, trabalha também com Julio Bressane, outro nome importante do cinema marginal. Em seguida, colabora com Torquato Neto na campanha contra o Cinema Novo, através da coluna Geléia Geral, publicada no jornal Última Hora. É influenciado pelo universo do concretismo (poesia) e neoconcretismo (artes plásticas).

Trabalha como fotógrafo de capas de discos e livros de artistas como Gal Costa, Jorge Mautner, Caetano Veloso, Zé Ramalho, Gilberto Gil, Waly Salomão, Haroldo de Campos, As Frenéticas, Candeia, A Cor do Som, Jards Macalé, e outros.



A partir de 1970 começa a produzir vários filmes em super-8, como a série Quotidianas Kodak, na qual faz paródias dos formatos de uma sessão tradicional de cinema, realizando traillers, cinejornais e documentários. Toda a série é realizada com o mesmo grupo de atores, denominado Ivamps, e composto pela sua mulher, Helena Lustosa, além de amigos como Ricardo Horta, Zé Português, Cristiny Nazareth e Afonso Pena.

Em 1982 realiza O Segredo da Múmia, seu primeiro longa-metragem. O filme começou a ser feito sem história definida, apenas com algumas idéias do diretor e do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, seu amigo pessoal desde o colégio. O elenco conta com Wilson Grey, colocado pela primeira vez como protagonista de um filme, e lança vários atores como o maestro Julio Medaglia e o advogado Felipe Falcão. O filme obtém grande sucesso de público no Brasil e no exterior, e recebe mais de 20 prêmios, inclusive o de melhor filme no Festival de Cinema Fantástico de Madri. Em 1986 realiza seu segundo longa-metragem, As sete vampiras, outro sucesso de público que atinge mais de um milhão de espectadores. Ambos os filmes são sucessos do gênero "terrir", inventado por Ivan Cardoso - uma mescla de chanchada e filme B americano.

Em 1991, lança o livro Ivampirismo, o cinema em pânico, reunião de artigos, roteiros e quadrinização de dois dos seus filmes. Realiza também dois documentários em vídeo para o programa televisivo Documento Especial, produzido por Nelson Hoineff.

Participa como produtor associado de O Mandarim, de Julio Bressane.



"Um cineasta profundo, de gênio, o maior dos novos cineastas, visão simultânea, voraz, antropofágica urbana e ao mesmo tempo injetada constantemente por uma estranha melancolia, uma poesia tristonha e dourada, cintilante como a loucura.
O mundo pop de suas imagens é revestido de uma camada de extasiante e permanente beleza.
Ivan Cardoso é um alquimista que destilou mil abismos e maravilhas de nossa alma brasileira e os transformou em imagens de uma arte pop com requintes de rococó."
(Frases cunhadas por Jorge Mautner).

0 comentários:

Postar um comentário